Trazemos hoje um trecho do ivro da médium espírita Yvonne do Amaral Pereira considerada, assim como Chico Xavier, uma das médiuns mais importantes do século 20, livro este ditado pelo espírito de Adolfo Bezerra de Menezes, em que nos esclarece a relação das doenças mentais e os problemas espirituais.
” Eis a pergunta: — “As doenças mentais são sempre vinculadas a problemas espirituais? Mesmo aquelas que têm substrato orgânico?”
Resposta do Espírito Dr. Bezerra de Menezes:
1 — Certamente, meus amigos, com algumas exceções. As exceções podem ser: Fadiga mental, depressões nervosas ocasionadas por algum fator patológico, impurezas do sangue, sífilis e outras de fácil verificação. A própria loucura de origem alcoólica poderá ter causa espiritual, visto que o alcoólatra poderá ser um obsidiado, ou atrair afins espirituais que lhe compliquem os distúrbios. Mas nem todas as doenças mentais têm origem na obsessão, embora sejam de origem psíquica. O mundo espiritual é intensíssimo e os homens estão longe de compreender sua intensidade. Por sua vez, o ser psíquico, o perispírito inclusive, e, acima de tudo, a mente, são potências inimagináveis para os homens. Assim sendo os sentimentos, de um desencarnado, atingirão intensidades indescritíveis se esse ser não for bastante equilibrado, ou evoluído, para dirigi-las normalmente. A fim de compreendermos o que se seguirá, porém, devemos ter em mente que o perispírito é ligado ao corpo físico, na encarnação, pela rede de vibrações nervosas, e a este dirige como potência equilibradora. O remorso, por exemplo, que é um dos mais avassaladores sentimentos, e que, no estado de desencarnação de um Espírito, chegará a enlouquecê-lo, poderá levar o Espírito a reencarnar em estado vibratório precário, por excitado, deprimido, alucinado, desesperado, etc. E, assim sendo, ele carreará para o corpo que habitar predisposições para acentuado desequilíbrio nervoso, intoxicações magnéticas que mais tarde redundarão em doença mental, onde até visões (do passado em que delinquiu) existirão, ao choque de uma possível fadiga mental, de uma emoção forte ou até de excessos de qualquer natureza, inclusive o excesso sexual e até o alimentar. Seu aspecto será o de um obsidiado. No entanto, ele é obsidiado apenas por sua (memória profunda, que vinculou sua personalidade humana. Se houve remorso, houve crime, delinquência. E, se houve crime, a consciência, desarmonizada consigo mesma, desarmonizará todo o ser, e de muitas formas. A mente enferma refletirá sua anormalidade sobre o perispírito, que é dirigido por ela, e este sobre o corpo carnal, que é escravo de ambos, através do sistema nervoso. E eis aí a doença mental com substrato orgânico vinculada a problemas espirituais, mas não propriamente a obsessão na sua feição comum. (Se se tratar desse paciente, pelas vias espíritas comuns, é provável que ele não se recupere, ou pelo menos que não se recupere com facilidade, visto que não existe um obsessor propriamente dito. E se se evocar um obsessor, insistindo na atração, facultar-se-á a possibilidade da comunicação do próprio Espírito do suposto obsidiado, que será atingido pelas correntes vibratórias atrativas, cairá como que em transe, adormecerá e dará a comunicação. Referir-se-á a «ele», isto é, ao corpo que ocupa como se se tratasse de outra personalidade, pois é sabido que o Espírito de um vivo, se se comunica em sessões de experimentações, refere-se ao próprio corpo usando a terceira pessoa do singular. Se tais tentativas forem bem planejadas e aplicadas, o tratamento beneficiará o comunicante, visto que ele terá sido doutrinado, evangelizado, instruído, consolado, etc., pois tal tratamento é usado no mundo Invisível para encarnados sofredores e desequilibrados, com muito bons resultados. Mas se o instrutor encarnado, durante a comunicação, entrar a supô-lo um obsessor desencarnado e procurar convencê-lo de tal, com assertivas que não se amoldem ao caso, confundirá o comunicante, e ele se retirará assaz desgostoso e desorientado. Assim, pois, para evitar tal contratempo, convém que os dirigentes das sessões conheçam bastante o terreno em que estão agindo, que disponham de médiuns assaz seguros para transmitirem as instruções dos dirigentes espirituais, indicando as tentativas a serem feitas. As sessões de estudo doutrinário serão de grande utilidade para tais casos, se o paciente estiver em condições de frequentá-las.”
Trecho do Livro Recordações da Mediunidade, de Yvonne A. Pereira pelo espírito de Adolfo Bezerra de Menezes, escrito em 29 de junho de 1966. Disponibilizado pelo Departamento Editorial da Federação Espírita Brasileira (FEB).
Que alerta importante traz esse texto, posto que cada caso é um caso, deve ser avaliado, estudado se preciso for e orientado conforme sua apresentação e necessidade.
Uma das coisas que mais me agradam na Casa Espírita Lauro Machado é o discernimento referendado em todo início das palestras de que não se devem abandonar os tratamentos médicos. O tratamento médico, especializado, é importante e o tratamento espiritual, os passes completam uma dimensão não observada e nem tão pouco tratada por estes especialistas, mas que, reverberam no corpo físico e na mente, por essa razão merecem muita atenção, reforçando a frase: “Orai e Vigiai”, para manter saudável o corpo, a mente e que o espírito possa continuar com condições de absorver os ensinamentos de Jesus para seguir em sua evolução.